Estive hoje em Florianópolis. Fui levar minha mãe num congresso na Alesc e como estou de férias, fui vadiar pela cidade e encontrar alguns 48 para entender um pouco mais desta espécie não tão rara. O primeiro exemplar foi Rodrigo Daca, proprietário da excelente loja Guitarland (olha o MKT!!!), depois de um longo papo sobre cena alternativa, da música própria indepedente, Daca e eu descobrimos que militamos na causa há mais de 10 anos! Sim, música própria em SC não é assunto de agora, não é novidade nenhuma, mas sim há muita gente há muito tempo que milita no rock próprio, assim como Daca, assim como as figuras que encontrei a seguir.
Numa rápida saída pela Rua Felipe Schmitt, eu e Daca ainda encontramos o sr. Domingos (ex-The Dolls e atual Pornô de Bolso), o segundo malaco do dia (acordado pela manhã), parou alguns minutos para um bate papo legal sobre a nova função de Daca e Os Faixa Preta, já que a banda pretende participar agora de novas edições do Na Pilha e do Patrola e pensar em tocar numas fextênhas ae. Domingos falou do seu Pornô de Bolso e já me intimidou, 48mente, para que Mundo47 faça alguma coisa para falar sobre o Pornô de Bolso. Ah! já de antemão Domingos me recomendou ignorar as gravações do Myspace da banda e me prometeu um CD.
Lá pelas tantas, eu havia combinado um dia antes de encontrar Guilherme Zimmer, o gordinho erótico da Beira-Mar. O rapaz estava pra lá de atrasado e marcou o encontro num lugar um tanto estranho. A centenária figueira na praça central da cidade (logo vi que alguns 48 são chegado num caule). Chegando lá, além de Zimmer e sua simpática esposa (e que nada tem de 48), Babi me esperavam junto de malacos mor como Lucão (ex-Cochabambas e 47 por adoção e obrigação), Radji (as melhores camisetas do sul) e Alexandre Amexa, o Ney Matogrosso com voz de trovão. A idéia do dia era acompanhar os 48 e tentar decifrar um pouco mais sobre sua história e seus costumes. Mais a frente encontramos Eduardo Xuxu (ex-Pipodélica e atual Faixa-Preta), para completar o dia.
Em terras 48, a primeira boa notícia do dia. Zimmer e Amexa foram até a Fundação de Cultura de Florianópolis com a boa notícia: poderiam iniciar a captação de cash para a primeira edição do Floripa Noise Festival. Com um pouco a mais de cash na organização do evento, o FNF poderá ter uma edição de estréia mais encorpada e com nova data. De setembro, segundo Eduardo Xuxu, o FNF poderá ser mais pro final do ano.
Depois de um sugestivo almoço carnívoro e uma chegada ao café mais próximo, Amexa deixou o grupo com aquele sentimento de “vou ter que trabalhar porra”, sendo que as chalaças finais e bobagens adjascentes continuariam sem ele, ou melhor, falando dele pra variar e suas pérolas, mesmo assim, seguimos nos separando até o TAC. Primeiro a Baby e depois Xuxu (que disse que ia trabalhar, mas foi vadiar lá na loja do Daca que eu sei!). Em frente do TAC – Teatro Álvaro de Carvalho – encontramos o cineasta 51, o Piti (assim mesmo que escreve?). A idéia era filmar eu, um 47 admirando a boa vida dos 48 e suas belezas histórico-naturais. Iniciamos com filmagens na praça da figueira. Num estilo meio Ringo Starr em A Hard Days Night, eu dei uns rolê pela praça, cumprimentei transeuntes e bêbados de rua e como um meliante de rua, pixei um daqueles ferros que segura um dos inúmeros tentáculos da Figueira. Mundo47 deixou sua marca sob os olhares de Zimmer e Piti, que filmaram tudo direitinho. Em seguida mais tomadas pela Felipe Schmitt, com roteiro feito na hora e com as idéias mais estapafúrdias do dia.
Ao atravessar para o calçadão, uma rápida parada para comprar uma pipoca 48, afim de entrar para o filme. O papo com o pipoqueiro ficou como no cinema mudo, acho que ele achou que eu era gringo, porém como ele achou que eu era gringo, o fiadaputa me deu pipoca doce fria. Bem, tudo por uma boa cena. ao filmar mais adiante, nosso set de rua deu uma pausa para admirar e cumprimentar a dupla de irmãos mais metalêra de Florianópolis: Andrei e Alexei Leão, da Stormental que realizam show no TAC no próximo sábado, 28. Ambos estava andando rapidamente para se livrarem daquela merda do ECAD, afinal, vão tocar suas próprias músicas no show de sábado. Eu que não via Xei pessoalmente há tempos, demorei para reconhecer aquele ser totalmente esquelético, careca e “monocelhíco”, quase um Ênio de Vila Sésamo, porém com um talento insuportável e também com a alcunha de George Martin da Ilha. O papo foi rápido, mas produtivo, ao encontrar duas figuras 48 que fazem rock como poucos.
Como essa tática de roteirizar um curta do nada é meio furada, precisávamos de um final ou um sentido para aquilo tudo. Zimmer,sempre prestativo e provando que nem todas cirurgias de redução de estômago dão certo, sugeriu um finale digestivo no Bobs, saboreando aquele horrendo milk shake de ovo maltine. Todo mundo pediu um, eu, Zimmer, Lucão, Radji (menos o Piti, que foi mais esperto). Na metade do negócio, vendo todo mundo se esforçando pra tomar aquele troço, eu já estava com vontade de vomitar, enquanto isso Piti registrava a coisa toda na tentativa de dar um sentido todo naquela filmagem maluca do início da tarde em Floripa. Ao sairmos do Bobs, topamos logo com Eduardo Xuxu, ao telefone no maior estilo menager, tratando de assuntos com a imprensa, o frei Rubens Herbst, de A Notícia, solicitando informações sobre o Floripa Noise. Enquanto a raça se deliciava agora com esfirras, era hora de dizer tchau e terminar o filminho com aquele aceno e caminhada a lá Incrível Hulk, quando David Banner caminha solitário com aquela música do pianinho (será que tem essa música no filme novo?).
Para finalizar este post imenso, digo que essa história de rivalidade entre 47 e 48 é pura bobagem, mas que tá se tornando mesmo algo sério por parte de alguns. Eu e Xuxu, que iniciamos essa história toda há trocentos anos atrás, hoje pelo menos conseguimos dar boas risadas sobre a tal rivalidade, mas eu digo uma coisa galera…
O róque mesmo é que tá ganhando com isso tudo!
Wrock!
PS1: Além de estilista de camiseta descolada, Radji também é conhecedor sobre coxinha de galinha. Qualquer dúvida pergunte para ele, o homem domina o assunto
PS2: Alguém aqui já viu o Zimmer vestido de gente normal? (sem aquela bermuda de jogador de basquete e camisetas floridas)
PS3: Eu e Xuxu somos funcionários públicos (eu to de férias) e nossos chefes inclusive… deixa pra lá..
PS4: Sim, eu pixei um poste que segura a figueira centenária com o número 47
PS5: Confere lá na loja do Daca: tem uma Fender e uma Gibson, lindas, preços ótimos (olha o MKT)
PS6: Se o Marcelo Mendes ler este post, que ele saiba que eu roubei um CD dele na loja do Daca, por um boa causa, claro.