O bom e velho Oda em sua fase inicial na carreira
Desde o mês de outubro, quando o blog Mundo47 esteve in loco, conferindo um excelente show do ícone Odair José, que vamos mantendo contato com o cara via e-mail. Hoje quando recebi o e-mail de Odair José de Araújo, fiquei mais tranqüilo, já que há mais de um mês eu havia enviado algumas perguntas para o mestre.
Nascido no interior de Goiás, desde cedo se interessou por música e na adolescência formou uma dupla caipira com um amigo. Mudou–se para o Rio de Janeiro com 18 anos, onde trabalhou como cantor de boates suburbanas e circos, guitarrista de inferninhos na Lapa. No início da década de 70 começou a compor músicas baseadas no que observava na realidade dos inferninhos, bordéis e boates.
Seu primeiro compacto, “Eu Vou Tirar Você Deste Lugar“, falava de um homem apaixonado por uma prostituta, e tornou–se um de seus grandes sucessos. Ele chegou a cantar a música em duo com Caetano Veloso no espetáculo Phono 73, organizado com o contratados da então gravadora Phonogram (hoje Universal). Logo, Odair José se transformou no maior ídolo da música brega, vendendo milhões de discos e emplacando hits como “Pare de Tomar a Pílula“, proibida pela censura. Em 1977 surpreendeu ao criar uma “ópera-rock”, “O Filho de José e Maria”, mas logo em seguida voltou ao estilo antigo.
Seu beatle preferido é o Paul McCartney e para o Mundo47, Odair foi direto nas palavras, mas deixa sua mensagem importante sobre o roque!
Parceria com Caetano Veloso em 1973: bichogrilismo puro
Mundo47 – Odair, o que você está achando da atual juventude rock, que está redescobrindo seu trabalho? Como você recebe essas homenagens da gurizada?
Odair – Fico feliz, acho ótimo que alguém sempre esteja interessado em fazer releituras do meu trabalho.
Mundo47 – Qual a sua opinião sobre a atual situação do mercado fonográfico brasileiro e qual a sua situação nele? Você é adepto dos artistas independentes ou ainda precisa de uma gravadora?
Odair – O mercado brasileiro é levado pelas falsificações de CD’s infelizmente está numa fase que inexiste, faliu. Sobre trabalhos independentes, sempre fui favorável. Inclusive comecei num selo independente chamado Genial em 1969, que era uma editora de Roberto Carlos e Rossini Pinto, que lançaram meu disco com uma música chamada “Uma Lágrima”, mais tarde gravada por mim na CBS que me contratou em 1970 através do resultado desse trabalho . Nesse disco, tive o acompanhamento do The Fevers.
Mundo 47- Odair José surgiu para o grande público nos anos 70, onde as dificuldades eram enormes para ganhar um lugar “ao sol”. Hoje, se Odair José surgisse hoje, por qual caminhos ele teria que trilhar?
Odair – Os mesmos.
Mundo47 – São mais de 30 anos de carreira. Para você Odair, falta alguma coisa para sua realização como cantor e compositor ou você está planejando novos desafios?
Odair – Não me falta nada para minha realização profissional, mas é sempre bom ter novos projetos.
Mundo47 – O que você achou do tributo “Vou Tirar Você Deste Lugar”,idealizado por uma gravadora goiana? Odair – Achei ótimo, me sinto lisonjeado e agradecido.
Mundo47 – 7 – Eu vi um show seu em Brusque e percebi que o show foi bem rock and roll. Seus músicos são jovens e habilidosos. Para você, esta redescoberta dos jovens pela sua música, trouxe juventude para seus shows?
Odair – Ajuda bastante pra que eu seja mais bem entendido naquilo que faço e pretendo fazer.
Mundo47 – Atualmente, que tipos de dificuldades você encontra como músico/cantor?
Odair – A única dificuldade é no mercado do CD. O resto está tudo sobre controle.
Experiência surreal: show do homem é rock and roll
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