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Mundo47 exclusivo: Odair José!

dezembro 2, 2007

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O bom e velho Oda em sua fase inicial na carreira

Desde o mês de outubro, quando o blog Mundo47 esteve in loco, conferindo um excelente show do ícone Odair José, que vamos mantendo contato com o cara via e-mail. Hoje quando recebi o e-mail de Odair José de Araújo, fiquei mais tranqüilo, que mais de um mês eu havia enviado algumas perguntas para o mestre 

Nascido no interior de Goiás, desde cedo se interessou por música e na adolescência formou uma dupla caipira com um amigo. Mudouse para o Rio de Janeiro com 18 anos, onde trabalhou como cantor de boates suburbanas e circos, guitarrista de inferninhos na Lapa. No início da década de 70 começou a compor músicas baseadas no que observava na realidade dos inferninhos, bordéis e boates 

Seu primeiro compacto, “Eu Vou Tirar Você Deste Lugar“, falava de um homem apaixonado por uma prostituta, e tornouse um de seus grandes sucessos. Ele chegou a cantar a música em duo com Caetano Veloso no espetáculo Phono 73, organizado com o contratados da então gravadora Phonogram (hoje Universal). Logo, Odair José se transformou no maior ídolo da música brega, vendendo milhões de discos e emplacando hits como “Pare de Tomar a Pílula“, proibida pela censura. Em 1977 surpreendeu ao criar umaópera-rock”, “O Filho de José e Maria”, mas logo em seguida voltou ao estilo antigo. 

Seu beatle preferido é o Paul McCartney e para o Mundo47, Odair foi direto nas palavras, mas deixa sua mensagem importante sobre o roque!

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Parceria com Caetano Veloso em 1973: bichogrilismo puro

 Mundo47 –  Odair, o que você está achando da atual juventude rock, que está redescobrindo seu trabalho? Como você recebe essas homenagens da gurizada? 

Odair – Fico feliz, acho ótimo que alguém sempre esteja interessado em fazer releituras do meu trabalho. 

Mundo47 –  Qual a sua opinião sobre a atual situação do mercado fonográfico brasileiro e qual a sua situação nele? Você é adepto dos artistas independentes ou ainda precisa de uma gravadora? 

Odair – O mercado brasileiro é levado pelas falsificações de CD’s infelizmente está numa fase que inexiste, faliu. Sobre trabalhos independentes, sempre fui favorável. Inclusive comecei num selo independente chamado Genial em 1969, que era uma editora de Roberto Carlos e Rossini Pinto, que lançaram meu disco com uma música chamada “Uma Lágrima”, mais tarde gravada por mim na CBS que me contratou em 1970 através do resultado desse trabalho . Nesse disco, tive o acompanhamento do The Fevers.

Mundo 47-  Odair José surgiu para o grande público nos anos 70, onde as dificuldades eram enormes para ganhar um lugar “ao sol”. Hoje, se Odair José surgisse hoje, por qual caminhos ele teria que trilhar? 

Odair – Os mesmos. 

Mundo47 –  São mais de 30 anos de carreira. Para você Odair, falta alguma coisa para sua realização como cantor e compositor ou você está planejando novos desafios? 

Odair – Não me falta nada para minha realização profissional, mas é sempre bom ter novos projetos. 


Mundo47 –  O que você achou do tributo “Vou Tirar Você Deste Lugar”,idealizado por uma gravadora goiana? 
Odair – Achei ótimo, me sinto lisonjeado e agradecido.

Mundo47 – 7 – Eu vi um show seu em Brusque e percebi que o show foi bem rock and roll. Seus músicos são jovens e habilidosos. Para você, esta redescoberta dos jovens pela sua música, trouxe juventude para seus shows?  

Odair – Ajuda bastante pra que eu seja mais bem entendido naquilo que faço e pretendo fazer.

Mundo47 –  Atualmente, que tipos de dificuldades você encontra como músico/cantor? 

Odair – A única dificuldade é no mercado do CD. O resto está tudo sobre controle.

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Experiência surreal: show do homem é rock and roll 

Leia: A Viagem Alucinante de Odair José 

 

 

Rodrigo Daca fala sobre o “róque”

novembro 12, 2007

Mundo47 ouviu todas as músicas de “Volume Um” e deu um “plá” com Daca

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Fazer música em Santa Catarina não é fácil. Fazer rock and roll é pior ainda. Ou você é um operário da música e se sujeita a situações no mínimo constragedoras, ou você opta pela segunda via. Mas o que seria a segunda via para o rock catarinense? Bom, o blog Mundo47 existe há cinco meses e todos os dias tenta mostrar a segunda via do rock catarinense ou o lado B da coisa. Conversamos com diversos músicos neste período e é fácil chegarmos na conclusão que Rodrigo Daca, esse mané de Floripa, é definitivamente o Working Class Hero do rock da capital.

Na semana passada, ele que já passou por muitas alegrias e decepções, se cercou de gente competente e ainda por cima amiga, para lançar o seu segundo disco solo – Volume Um – um disco que não tem sua forma física, porém que está desde o último dia 06 na web. O “disco” abre com uma velha conhecida canção da época da banda “Outro Mundo”, um dos últimos projetos de Daca. A belíssima canção e candidata eterna a hit, “Beleza Inglesa”, abre o disco, ou melhor, o blog, com maestria e numa versão somente com as vozes de Rodrigo Daca no trabalho. Anteriormente, “Beleza Inglesa” havia sido gravada em com Lígia Estriga nos vocais. Hoje a Outro Mundo se chama Maltines e atua na cena rock em Floripa com a mesma “beleza” plástica pop da época da Outro Mundo.

Na següência é a vez de “Maldição”. Na opinião de Daca a música é biográfica, mas a canção é outro rock com veia pop e guitarrinhas indies no fundo. O refrão é grudento, assim como sua linha melódica. Segundo o blog, a letra e a melodia foram compostas em 2001 e a guitarra é gravada pelo Felipe Batata (Pipodélica), reis dos reis dos guitarristas de penhasco. “Quem se Importa” é a próxima faixa. Título também do excelente video clipe dirigido por Antônio Rossa. A sonoridade é pop britânico e tem um dedo psicodélico da produção “Pipodélica” que há no disco. Segundo Daca, “Quem se Importa” é tão boa que pode ser uma “bela canão de novela das oito”. Um excelente hit na realidade.

Segundo o blog, “Número 4” é a primeira música que Daca fez em parceria. Datada de 2004, “Número 4” mostra o virtuosmo de Daca e seus grandes colaboradores. Os timbres de guitarra fazem uma boa diferênça na linha melódica da música, o que lembra muito e foi confessado por Daca, uma influência de uma Pipodélica lá dos idos de 2001. O trabalho feito por Daca neste Volume Um é uma copilação de músicas paradas naquele caderninho ou naquela fitinha demo. “Imagens Distorcidas” entra nesse papo. Repaginada pelo produtor Eduardo Xuxu, a música ganhou mais corpo e presença. É a preferida de Rodrigo Daca para apresentações ao vivo.

“Estrela Distante” encerra o disco e concorda com tudo que eu pensei enquanto escutava “Volume Um” para escrever este texto: Rodrigo Daca definitivamente mergulhou em “vibrações lisérgicas” ao parir para o rock catarinense músicas como esta. Influência forte de David Bowie em sua melhor fase e a habilidade para Daca, que saiu dos rockinhos bobinhos para algo com muito mais caldo e sustância, sem claro esquecer que com seu vozeirão, Daca é um rocker de primeira.

Entrevista com Rodrigo Daca

Mundo47: Fale um pouco sobre o “Volume Um e como foram as gravações?Daca: Volume Um é um compilado de boas e velhas idéias, junto de amigos que ajudaram a concretizá-lo…  sendo bem sucinto

Mundo47: Sim, mas são músicas de outras bandas suas ou material inédito?Daca: O  material foi usado na Outro Mundo, mas nunca havia sido lançado.

Mundo47: Você está montando uma banda para tocar com esse novo material ou serão somente os amigos?Daca: Somente os amigos. Na verdade, tudo isso começou pequeno, com a vontade de fazer apenas um myspace bonitão e jogar na net, porém quando conversei com Antonio,  que fez o clip e as fotos, começamos a planejar o lançamento simultaneo do clip, myspace. Depois o Guilherme Zimmer assumiu a direção e o Xuxu ajudou, o mauricio também.

Mundo47: Você já participou de muitas bandas boas com perspectivas ou um desejo tímido em fazer sucesso. Quais são as suas perspectivas para música daqui pra frente?  Daca: Quero fazer música! Não busco nada do ela não possa me dar que não seja o prazer de gravar uma música e depois ouví-la e saber que eu escrevi. Fiz um belo material e lancei o Volume Um, mas ja estou com material pronto pro Volume Dois e e com quase tudo pro três.

Mundo47: E sobre a cena rock de Florianópolis? Muita coisa mudou desde quando você começou? O que você está achando dessas bandas que andam nascendo na área 48?Daca: O q seria uma cena? Pra mim é o que estou fazendo, compondo e lançando, esta é a minha cena e acho q várias bandas estao fazendo isso. Quando comecei só havia bandas covers.

Mundo47: Você considera que várias bandas fazendo rock próprio numa cidade não seja uma cena? Daca: Sim, mas não faço musica pra participar de um movimento. Faço porque preciso e pra mim é necessário escrever e cantar. Claro que varias bandas fazendo o mesmo, logo se diz que é uma “cena”.  Tem muita banda legal por aqui, mas das novas a melhor continua sendo a Pipodélica, o disco novo é muito bom.Mundo47: Por quais bandas tu já passou e qual o seu beatle favorito?

Daca: Capitao Caverna, Jerusos, Outro Mundo, Fonomotor… Meu beatle preferido sempre foi o john, mas de uns tempos pra cá descobri q o George era o cara…

Escute e baixe Volume Um: http://www.dacavolumeum.blogspot.com/